Levantamento do Núcleo de Inteligência de Mercado da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL Cuiabá) indica que a inadimplência em Mato Grosso teve avanço de 3,08% em fevereiro de 2024. Ao todo, são 35.960 pessoas a mais que fecharam o mês com contas atrasadas em relação a janeiro. No comparativo com o mesmo período do ano anterior, a alta foi de 5,12%.
A média regional do Centro-Oeste acompanhou esse movimento, apresentando um aumento de 0,15%.
De acordo com estimativa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), são 66.640 milhões de inadimplentes no país, correspondendo a 40% da população adulta.
Para Mato Grosso esse número chega a 1.203 milhão de consumidores nesta situação, representando 46,14% da população do estado.
PERFIL DOS DEVEDORES
Em relação ao perfil dos inadimplentes em Mato Grosso, pouco mais de 26% dos devedores que estão no vermelho têm entre 30 e 39 anos. A distribuição por gênero mostra que 53,51% são homens e 46,49% são mulheres.
VALOR DAS DÍVIDAS/TEMPO DE ATRASO
Em fevereiro de 2024, cada consumidor negativado do estado devia, em média, R$ 4.534,15 na soma de todas as dívidas. Os dados ainda mostram que 31,29% dos consumidores do estado tinham dívidas de valor de até R$ 500, percentual que chega a 45,32% quando se fala de dívidas de até R$ 1.000. O valor total para pagar as dívidas de toda a população inadimplente do estado é de, aproximadamente, R$ 5.456 bilhões.
Na passagem de mês (de janeiro para fevereiro), as dívidas em atraso no estado apontam uma alta de +3%, enquanto na região Centro-Oeste o crescimento foi de 0,60%.
A duração das dívidas também é um fator que causa preocupação, com um atraso médio de 24,4 meses. Dentre os inadimplentes, 35,68% encontram-se nessa situação entre 1 a 3 anos.
EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE DÍVIDAS
A evolução do número de dívidas por devedor mostra uma média de 2,135 em Mato Grosso, um valor superior à média na região Centro-oeste (2,163) e no Brasil (2,105). A soma de dívidas pendentes no estado é de 2.569 milhões.
Mesmo com o índice elevado, o superintendente da CDL Cuiabá, Fábio Granja, destaca que o volume de dívidas vencidas com bancos, estabelecimentos comerciais e comunicação recuaram em relação ao mês anterior, representando uma queda de (-2,23%), (-2,61%) e (-5,05%), respectivamente.
As exceções foram os serviços essenciais, como fornecimento de água e energia elétrica, que aumentaram no período(+15%).
“É um cenário que revela a dificuldade para parte da população, especialmente para aqueles que atuam profissionalmente no mercado informal. Diante disso, muitas famílias abrem mão da estabilidade e de um plano de carreira que a carteira assinada oferece, além de enfrentarem desafios decorrentes da falta de educação financeira. Torna-se essencial manter a renda fixa e um planejamento pessoal das finanças adequado para promover mudanças nesse panorama”.