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SORORIDADE ENTRE MULHERES

Comarca de Jaciara realiza Círculo sobre ‘Sororidade’

13/01/2025 - 07:47 | Atualizada em 14/01/2025 - 08:12

Da Assessoria / TJ MT

Comarca de Jaciara realiza Círculo  sobre ‘Sororidade’

Foto: Da Assessoria / TJ MT

Foi especialmente pensando em honrar o espaço de comunhão e cura proporcionado pelos Círculos de Construção de Paz, que a juíza Laura Dorilêo Cândido, coordenadora do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) da Comarca de Jaciara, encerrou as atividades do ano de 2024 com a realização de um círculo de celebração com o tema ‘Sororidade’ entre mulheres de diferentes idades, vivências e espaços de atuação.

O encontro reuniu 12 mulheres entre professoras, conselheira tutelar, frentista, comerciante, mediadora judicial, advogada, secretária e mulheres que atuam exclusivamente no cuidado de suas famílias, todas dispostas e disponíveis a compartilhar suas vivências, desafios e alegrias. A troca de experiência entre pessoas de diferentes espaços de convívio é um dos pilares trazidos pela Justiça Restaurativa e sustentado de maneira muito particular pelos Círculos de Construção de Paz, que incentivam o acolhimento e a conexão de diferentes pessoas a partir das mesmas experiências vividas, independente do contexto de vida, situação financeira ou grau de instrução. As emoções serão sempre as mesmas, em qualquer lugar do mundo, e quando as trocas superam o espaço comum do julgamento, elas passam a agir de fora para dentro, como um antídoto para o princípio de um processo de cura e autovalor.  

“A experiência de participar do círculo de paz foi algo bastante inovador e que me surpreendeu não apenas pelo espaço preparado cuidadosamente pelas facilitadoras, nos transmitindo segurança e acolhimento, mas principalmente por nos proporcionar um ambiente confiante de troca mútua sobre a vivência de mulheres com histórias tão diferentes e que ao mesmo se assemelham e se convergem. Deixo aqui minha gratidão por participar desse programa como um espaço de escuta, acolhimento e respeito, e que sim poderá mudar a realidade de muitas pessoas que poderão acolher e ser acolhidas”, avaliou Maria Elizabete Alexandre, acadêmica do curso de Psicologia da Faculdade Eduvale de Jaciara. 

Além de atuar na construção de uma convivência comunitária de maior aceitação e acolhimento, a juíza Laura Dorilêo garante que os círculos também se tornaram uma espécie de porta-voz entre o Poder Judiciário e o cidadão, desconstruindo a imagem de um judiciário julgador e meramente punitivo.

“Quando o Poder Judiciário se move até o cidadão ele está dizendo: eu estou aqui e você, cidadão, pode contar comigo. E quando os círculos também são utilizados como um portador dessa mensagem, as pessoas conseguem recepcionar isso com a leveza que deve ser e passa, então, a unir forças com o Judiciário, possibilitando outras construções conjuntas. Nos aproximando com leveza, ouvindo, acolhendo e auxiliando nas peculiaridades do dia a dia, deixamos [Judiciário] de ter aquela imagem de “julgador”. Ao invés disso, passam a ver a instituição como aquela que ajuda as partes envolvidas em algum tipo de conflito, a agir e equacionar suas questões de forma mais equilibrada e pacificada, reduzindo assim espaços de tensionamento social”, defendeu a magistrada.

A gestora do Cejusc, Dionaire Vitor, chama atenção que a escolha do tema “Sororidade” foi intencionalmente trazida como uma oportunidade para que mulheres tão diferentes, vivendo em contextos de escolha e atuação tão específicos, pudessem falar sobre suas angústias e decisões sem o julgamento a que são submetidas em seus cotidianos. 

“Reunimos 12 diferentes mulheres que foram ouvidas e acolhidas, sem julgamento sobre suas escolhas e decisões. Foi um grupo potente, de mulheres fortes, muitas vezes sozinhas em suas decisões mas que, naquele dia, e a partir daquele momento, não estarão mais sozinhas. Mulheres que puderam ouvir e compartilhar histórias e compreender que somos mais iguais do que diferentes. E isso se chama humanidade e que os círculos vieram para resgatar a nossa humanidade”, concluiu Dionaire.

Na avaliação da psicóloga Marisa Pereira Lima, que também é conselheira tutelar e facilitadora de Círculos de Construção de Paz, a carência das pessoas de serem ouvidas e acolhidas tem atingido níveis preocupantes em toda a sociedade, fazendo dos círculos espaços seguros de relacionamento, acolhimento e partilha.  

Em Jaciara, o Programa Municipal de Pacificação nas Escolas foi institucionalizado pela Lei Municipal nº 2.199, de 10 de outubro de 2023, construído em parceria com o Tribunal de Justiça de Mato Grosso e Poder Executivo Municipal com o objetivo de trabalhar o acolhimento e o tratamento de gatilhos emocionais desenvolvidos por alunos, professores e familiares dentro e fora do ambiente escolar.

Para 2025, a proposta do Cejusc é ampliar a aplicação dos círculos para diferentes áreas como assistência social, segurança pública, saúde, espaços comunitários, entre outras, que poderão ser atendidos nas modalidades presencial ou por videoconferência. Para o agendamento de Círculos de Construção de Paz, os interessados deverão entrar em contato com o Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) de Jaciara pelo e-mail: jac.cejusc@365.tjmt.jus.br ou pelo telefone (66) 9 9231-0533.  
 
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