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Refino da Droga

Laboratório de cocaína que faturava até R$ 100 Mi por mês é desmantelado em ação conjunta de forças da segurança

01/03/2022 - 12:56 | Atualizada em 01/03/2022 - 13:20

Da Redação/ Adoniran Moura

Laboratório de cocaína que faturava até R$ 100 Mi por mês é desmantelado em ação conjunta de forças da segurança

Foto: Da Assessoria

Uma operação conjunta entre a regional da Polícia Federal em Cáceres, a Polícia Boliviana, através da Felcn - Força Especial de luta contra o Narcotráfico, Gefron e o Ciopaer, realizada nesta terça-feira (01.03) resultou no desmantelamento de uma das maiores estruturas empregadas para o refino de cocaína já desarticuladas na região, com capacidade para refinar aproximadamente 2 toneladas por semana, totalizando quase 10 toneladas ao mês, o que em dinheiro estima-se que os traficantes faturavam R$ 100 milhões por mês.

A operação, denominada Guaporé por conta da proximidade com o rio de mesmo nome e que era utilizado na logística de escoamento do produto, aconteceu no interior do Parque Noel Kempff, em área localizada a cerca de 1,8km da fronteira do Brasil.  Quatro pessoas foram presas em flagrante: um colombiano, dois bolivianos e um brasileiro. O brasileiro detido foi encaminhado com os demais para cidade de Santa Cruz de La Sierra.

De acordo com informações da Polícia Federal, no local foi encontrado pelos policiais bolivianos farto material para o refino, incluindo insumos da mesma natureza daqueles que foram apreendidos em julho de 2021 pela Polícia Civil em Comodoro/MT, além de equipamentos como destilador e um potente gerador, enterrado no subsolo do local, bem como grande quantidade de cocaína enviada para ser pesada em Santa Cruz de La Sierra.

No laboratório ainda havia um sofisticado sistema de internet via satélite, rádio comunicadores, depósito de combustível, diversas redes, em uma espécie de dormitório, televisão, geladeira fogão e um refeitório.
Próximo ao local havia duas pistas de pouso, sendo uma aparentando ter sido inaugurada há pouco tempo.   A refinaria   possuía dois acessos, um pelo Rio Guaporé e outro pelo Córrego do Espeto.

A Operação

Há aproximadamente dois anos, o Núcleo de Inteligência do Gefron e a Delegacia de Polícia Federal de Cáceres vinham recebendo informações de que, na região do Rio Guaporé, município de Comodoro/MT, fronteira entre o Brasil e a Bolívia, haveria uma refinaria de cocaína.

Naquela região foram realizadas diversas apreensões de drogas e em julho de 2021 foi apreendida uma grande quantidade de insumos para a fabricação de pasta base e cloridrato de cocaína, fato que chamou a atenção das forças de segurança em relação à região.

Aportaram várias denúncias anônimas, informando que o local ficaria na Bolívia, a menos de 2 quilômetros da fronteira com o Brasil, e que ali estariam pousando pequenos aviões toda semana.
Após diversas incursões percorrendo as margens do Rio Guaporé, foi descoberta uma pequena estrada que levava até uma barranca do rio – levantando a suspeita de que aquela poderia ser uma rota para a refinaria.

A Polícia Federal então acionou, por intermédio da Coordenação-Geral de Polícia de Repressão a Drogas, Armas, Crimes contra o Patrimônio e Facções Criminosas (CGPRE), o Adido Policial brasileiro que trabalha em La Paz" e este, em contato com a polícia boliviana, arregimentou policiais da Felnc - Força Especial de luta contra o Narcotráfico para diligenciarem no local.

Ao mesmo tempo, foram designadas equipes conjuntas da Polícia Federal e do Gefron para se posicionarem na fronteira, às margens do Rio Guaporé, para acompanharem, no lado brasileiro, os resultados da diligência realizada pela Polícia boliviana. Policiais brasileiros e bolivianos passaram a manter contato entre as equipes. O Ciopaer teve participação decisiva no transporte das forças policiais brasileiras, por se tratar de um local de difícil acesso.

A principal hipótese era a de que a pasta base de cocaína vinha até o laboratório de avião, em grandes quantidades, e ali era refinada até se transformar em cloridrato de cocaína (cocaína em pó).
Posteriormente era embalada, atravessava o rio Guaporé com destino ao Brasil, onde era colocada em barcos ou caminhonetes e embarcada para caminhões em Comodoro/MT.

As investigações terão continuidade para identificar os indivíduos envolvidos seja no refino ou no transporte da substância entorpecente no Brasil, além das rotas utilizadas e destino final da droga.
 
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