A estiagem que afeta mais severamente a Região Sul do Brasil vai se expandir agora para áreas do centro-leste do Brasil, aponta a Climate Impact Company, empresa parceira da AgResource Brasil. De acordo com a previsão do tempo atualizada, haverá uma mudança expressiva na condição climática em Março.

No próximo mês o padrão climático da América do Sul deverá ficar “dramaticamente mais seco”. A AgResource ressalta que houve uma mudança expressiva na previsão, já que no mês passado, a expectativa é que parte do Sudeste e Centro-Oeste ficasse úmido. 

“Mas agora, a perspectiva é que a seca registrada no Paraguai, Sul do Brasil e na Argentina nos últimos meses se expande para o norte. As áreas que antes eram úmidas no Brasil, ficarão secas em março e o padrão de chuva acima do normal muda para o noroeste do continente”, afirma relatório da Consultoria.

Enquanto isso, acrescentam eles, o “calor fora do normal, que na previsão de janeiro ficava confinado na Argentina, Rio Grande do Sul e Paraguai, se expande para o Sudeste, passando também por grande parte do leste do Brasil. O padrão de seca no centro-leste da América do Sul continua a se fortalecer e pode se expandir para o norte”.

No mês de Abril de 2022 deverá haver uma transferência do clima úmido para o norte e noroeste do continente, com a metade sul e leste do Brasil deixando de ter chuvas expressivas. “O Sul do Brasil permanece mais seco do que o normal, pois a estiagem nessa região continua. Vale destacar que essa condição será ainda mais forte no leste da Argentina. Em resumo, o calor fora do normal domina a Argentina e caminha em direção ao leste do Brasil em abril”, aponta a AgResource brasil.

“Rumo ao inverno, a perspectiva é que maio seja mais quente do que o normal em todo o Sul do Brasil, na maior parte da Argentina e possivelmente bastante quente no norte argentino e em partes do Paraguai. Enquanto isso, as áreas que já sofreram com a estiagem ficam mais secas que o normal. O padrão úmido permanece concentrado principalmente no norte do continente. Neste momento, o La Niña não estará mais em curso e perguntas sobre se um El Niño fraco no fim do ano podem aparecer com maior frequência”, afirmam os analistas.

De acordo com eles, a preocupação maior é com o milho segunda safra, que estará se desenvolvendo e não pode registrar quebra: “A situação mais complicada deve ficar entre o norte da Argentina, centro-sul do Paraguai e em uma pequena faixa de Mato Grosso do Sul, onde há expectativa de muito calor. Enquanto isso, o extremo norte do país ficará bastante úmido e o restante das áreas tende a ter uma normalidade do clima para a época do ano”.